quinta-feira, 19 de maio de 2016

TEXTO 10- PSICOLOGIA SOCIAL: ESTUDO DA INTERAÇÃO HUMANA


      Hoje falarei sobre esse campo que vem crescendo e se desenvolvendo cada vez mais no meio científico: a psicologia social, que busca respostas de como as pessoas se relacionam em sociedade. Para isso, estarei embasada no livro de Aroldo Rodrigues de mesmo nome >>> psicologia social.

      No capítulo dois desse livro de Rodrigues, nos deparamos com o seguinte questionamento: como conhecemos as pessoas com as quais interagimos? Ele nos diz que sempre tentamos conhecer as pessoas em sua totalidade (atitudes, comportamentos, personalidades), ou seja, criamos nossa própria teoria implícita de personalidade, que baseado em nossos rótulos e estereótipos sobre pessoas e grupos devem então manifestar determinada atitude, tudo fruto de um fundamento por nós atribuídos.

O problema de tal comportamento é que generalizamos em caracterizar e rotular determinado grupo, raça, gênero, pessoa, ou seja, se um homem alemão é agressivo, todos os alemães o são. O melhor é que pudéssemos conhecer as pessoas naturalmente, sem julgamentos preconcebidos.

      Sabe quando tentamos amenizar o nosso ridículo ou fracasso diante das situações cotidianas?  Quando não vamos bem a uma prova, ou quando tropeçamos em algo em público, ou melhor, quando paralisamos diante de uma plateia em um seminário. Pois é, quando acontece conosco buscamos justificar tais fatos por meio do contexto: é o professor que fez uma prova muito difícil porque detesta sua profissão, é porque o chão estava muito liso e porque tenho crises de ansiedade e fobia social. Os estudiosos chamam isso de tendenciosidade auto-servidora, quando a culpa do ocorrido é infundida em algo, alguém e em fatores externos. O que é diferente do outro que também passou por situações assim, mas que a culpa de tal é somente sua: de não ter estudado, ser destratado, nervoso (a) demais etc.

      No capítulo 3 segue: como influenciamos as pessoas ou somos por elas influenciados? Aqui nos deparamos com os tipos de poder. Esses identificados facilmente na nossa cultura. O poder legítimo é aquele que por ter legitimidade não abre espaço para questionamentos. Exemplo é um político eleito democraticamente e que sanciona determinada lei, reconhecemos esse direito como legítimo, assim como o poder legítimo dos pais com os filhos. Esse poder só é questionado quando extrapola o que é de fato atribuído como legítimo ao seu detentor. O poder de coerção é imposto por meio de punições, caso seu poder não seja aceito, esse tipo de poder não influencia literalmente, já que não é internalizado pelo influenciado, visto que é feito sobre pressão. O poder de recompensa é feito por meio de barganha, quando algo é oferecido em troca de um comportamento, sendo do mesmo feitio do poder de coerção, ou seja, não internalizado. O poder de referência é aquele exercido por alguém que nos é influente ou uma referência, portanto, aquele (a) a qual temos afeto e admiramos. O poder de informação∕conhecimento é capaz de influenciar uma pessoa mais eficazmente, pois convence o influenciado de que determinada atitude ou comportamento lhe é essencial, como a necessidade de seguir a prescrição medicamentosa.

      Essas são as formas de influenciar as pessoas, todas elas bem arraigadas na nossa cultura e que de alguma forma temos consciência de cada uma e como elas afetam nosso modo de vida. O modo como somos influenciados por outros independe pouco de determinado status, mas sim da situação a que estamos expostos e que nos torna mais suscetíveis. Isso já foi evidenciado no texto 9, que trata sobre obediência, e que interage perfeitamente com o assunto desse capítulo, já que a partir da influência de outros passamos a ser obedientes e disciplinados em nossas atitudes.

     O capítulo 4 trata das atitudes sociais, sobre nossas posições frente a objetos sociais. Rodrigues nos dar o exemplo de Francisco, que faz parte de um partido de esquerda e vive em alto luxo; consumindo muito do mundo capitalista. Com isso, inferimos que sua posição ideológica parece ser fraca e contraditória frente à sociedade. Ele age avesso ao que “acredita”.

     Nossas atitudes são objeto de extremo estudo por psicólogos sociais. Como elas podem despertar sentimentos prós e contra determinados objetos sociais, o que torna a atitude de Francisco incoerente. Os componentes: afetivo, cognitivo e comportamental interligam nossas atitudes. O afetivo é o sentimento pró ou contra um objeto. O cognitivo são pensamentos frente ao objeto. O comportamental é a resposta em relação ao objeto. São esses elementos também possivelmente os responsáveis pela formação de nossas atitudes, assim como sua mudança.

     A conclusão sobre esses temas é que constantemente estamos sempre interpretando o mundo e as pessoas de acordo com nossas pretensões, e que esses padrões se tornam estereótipos e nos levam a julgar e inferiorizar as pessoas, muitas vezes antes mesmo de manter uma interação∕relacionamento. Isso parece ser inerente à condição humana, mas que devemos estar sempre questionando, conhecendo assim a nós mesmos e nossos preconceitos, e claro, conhecendo realmente aquele∕aqueles que são alvos de nossos atribuições.

 Rodrigues, A. (1992) Psicologia social para principiantes:estudo da interação humana. Rio de Janeiro: Vozes.



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